Para o renomado escritor
português José Saramago, “escrever é traduzir” – traduzir em
palavras aquilo que é captado pelos sentidos do ficcionista, e que é, ao mesmo
tempo, “inevitavelmente parcelar em
relação à realidade de que se tinha alimentado”, pois, “transportamos o que vemos e o que sentimos para um código convencional
de signos, a escrita, e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação
a responsabilidade do leitor, não uma integridade da experiência que nos
propusemos transmitir, mas uma sombra, ao menos, do que no fundo do nosso
espírito sabemos bem ser intraduzível, por exemplo, a emoção pura de um
encontro, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio
anterior à palavra que vai ficar na memória como o rastro de um sonho que o
tempo não apagará por completo”.
SARAMAGO, José. Cadernos de
Lanzarote II. Editora Companhia das Letras, 1999 - p 320.
“Escrever
é traduzir.
Sempre
o será.
Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa
própria língua”
José
Saramago
Nenhum comentário:
Postar um comentário