quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Bibliografia Saramaguiana!







Bibliografia de José Saramago:



Romance

Terra do Pecado (1947)
Manual de Pintura e Caligrafia (1977)
Levantado do Chão (1980)
Memorial do Convento (1982)
O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984)
A Jangada de Pedra (1986)
História do Cerco de Lisboa (1989)
O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991)
Ensaio sobre a Cegueira (1995)
Todos os Nomes (1997)
A Caverna (2000)
O Homem Duplicado (2002)
Ensaio sobre a Lucidez (2004)
As Intermitências da Morte (2006)
A Viagem do Elefante (2008)
Caim (2009)
Claraboia (Concluído em 1953, publicado postumamente em 2011)



Poesia

Os Poemas Possíveis (1966)
Provavelmente Alegria (1970)
O Ano de 1993 (1975)



Dramaturgia

A Noite (1979)
Que farei com este Livro? (1980)
A Segunda Vida de Francisco de Assis (1987)
In Nomine Dei (1993)
Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido (2005)



Literatura de viagens

Viagem a Portugal (1980)



Memórias

As Pequenas Memórias (2006)



Crônica

Deste Mundo e do Outro (1971)
A Bagagem do Viajante (1973)
As Opiniões que o DL teve (1974)
Os Apontamentos (1976)
Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido (1979)
Moby Dick em Lisboa (1996)
Folhas Políticas (1976 - 1998) (1999)



Conto

Objecto Quase (1978)
O Conto da Ilha Desconhecida (1998)



Diários

Cadernos de Lanzarote I (1994)
Cadernos de Lanzarote II (1995)
Cadernos de Lanzarote III (1996)
 Cadernos de Lanzarote IV (1998)
Cadernos de Lanzarote V (1998)
O Caderno (2009)
O Caderno 2 (2009)



Ensaio (conferências, artigos, discursos)

Discursos de Estocolmo (1999)
Da estátua à pedra (1999)
Comment le personnage fut le maître et l'auteur son apprenti (1999)
Direito e os Sinos (1999)
Aqui soy Zapatista - Saramago en Bellas Artes (2000)
Palabras para un mundo mejor (2004)
Questto mondo non va bene che ne venga un altro (2005)
El nombre y la cosa (2006)
Andrea Mantegna - Uma ética, uma estética (2006)
Democracia e Universidade (2010)



Infanto/Juvenil

A Maior Flor do Mundo (2001)
O Silêncio da Água (2011)







Os livros de José Saramago estão publicados nos seguintes países: Albânia, Alemanha, Angola, Argentina, Áustria, Bangladesh, Bósnia-Herzegovina, Brasil, Bulgária, Canadá, China, Colômbia, Coreia do Sul, Croácia, Cuba, Dinamarca, Egito, Emiratos Árabes Unidos, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos da América, Estónia, Finlândia, França, Geórgia, Grécia, Guatemala, Holanda, Hungria, Índia, Irão, Iraque, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letónia, Lituânia, Macau, Macedónia, México, Moçambique, Montenegro, Noruega, Peru, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, República Dominicana, Roménia, Rússia, Sérvia, Síria, Suécia, Suíça, Tailândia, Taiwan, Turquia, Ucrânia, Uruguai e Vietname.

Os livros de José Saramago estão traduzidos nos seguintes idiomas: albanês, alemão, árabe, bengali, búlgaro, cantonês, castelhano, catalão, checo, coreano, croata (alfabeto latino), dinamarquês, eslovaco, esloveno, esperanto, euskera, farsi, finlandês (suomi), francês, georgiano, grego, hebraico, hindi, holandês, húngaro, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, malabar, malaio, mandarim, norueguês, polaco, romeno, russo, sardo, sérvio (alfabeto cirílico), sueco, tailandês, turco, ucraniano, valenciano e vietnamita.


Fonte: Fundação José Saramago




segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

"José Saramago: tudo, provavelmente, são ficções, mas a literatura é vida"



Fortuna Crítica

"José Saramago: tudo, provavelmente, são ficções, mas a literatura é vida"

Eula Carvalho Pinheiro






Este livro representa uma análise da fase 'Estátua' na obra de José Saramago, tendo como corpus: 

Manual de Pintura e Caligrafia (1977), 
Levantado do Chão (1980), 
Memorial do Convento (1982),
 O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984),
 A Jangada de Pedra (1986),
 História do Cerco de Lisboa (1989).





Eula Carvalho Pinheiro nasceu em Paraíba do Sul, RJ. Graduou-se em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF, Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Há 27 anos lê a obra de José Saramago. É, no momento, investigadora de doutoramento em Lisboa: acolhida pela Fundação José Saramago. Cursa o doutoramento na Universidade Nova de Lisboa. Colabora com a Fundação José Saramago com o objetivo e a vontade de levar adiante o estudo da obra saramaguiana e sua consequente divulgação a todas s pessoas que desejarem conhecer a escrita e a vida de José Saramago.






"Eula Carvalho Pinheiro investiga esta viagem de Saramago, dialoga com o autor para descobrir que talvez ele não tivesse razão quando fez da sua obra um antes e um depois, parece dizer-lhe que todas as suas ficções, toda a sua vida, são a descrição da pedra porque ela é a matéria mais sólida da qual se ergue a realidade que somos. As ficções e os seres humanos que as lemos. Disto trata Eula Carvalho Pinheiro, que escreveu um livro indispensável para os que amam a obra de Saramago, ou seja, ao autor que construiu a realidade à base de ficções que nos fortalecem e dignificam"

Pilar Del Rio


"A publicação deste livro significa - para além do que para mim representa - uma divulgação dos romances que José Saramago publicou entre o Manual de Pintura e Caligrafia e História do Cerco de Lisboa - como ele mesmo denominou de A Estátua"

Eula Carvalho Pinheiro





PINHEIRO, Eula Carvalho. José Saramago: tudo, provavelmente, são ficções, mas a literatura é vida. São Paulo, 2012.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Para Saramago, 'Escrever é Traduzir'.











Para o renomado escritor português José Saramago, “escrever é traduzir” – traduzir em palavras aquilo que é captado pelos sentidos do ficcionista, e que é, ao mesmo tempo, “inevitavelmente parcelar em relação à realidade de que se tinha alimentado”, pois, “transportamos o que vemos e o que sentimos para um código convencional de signos, a escrita, e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação a responsabilidade do leitor, não uma integridade da experiência que nos propusemos transmitir, mas uma sombra, ao menos, do que no fundo do nosso espírito sabemos bem ser intraduzível, por exemplo, a emoção pura de um encontro, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio anterior à palavra que vai ficar na memória como o rastro de um sonho que o tempo não apagará por completo”.

SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote II. Editora Companhia das Letras, 1999 - p 320.








“Escrever é traduzir.
Sempre o será.
 Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua”


José Saramago













terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Giovanni Pontiero, tradutor saramaguiano!



"Recordo como se fosse ontem o dia em que nos conhecemos, em Lisboa, num restaurante à beira do Tejo, com gaivotas voando por cima das nossas cabeças, quando foi propor-me ser meu tradutor para a língua inglesa"

SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote II. Editora Companhia das Letras, 1999 - p 321.






Apesar do nome, meio italiano aos tímpanos, Giovanni Pontiero era escocês, e por amor ao processo de escritura do português José Saramago, tornou-se tradutor deste em língua inglesa, desde o Memorial do convento ao Ensaio sobre a cegueira, num trabalho cuja relevância fora reconhecido, ao receber o Prêmio Teixeira-Gomes em traduzir a obra O Evangelho Segundo Jesus Cristo.






Segundo Saramago, havia entre autor e tradutor, uma profunda relação de trabalho e amizade, que chegou a durar dez anos: "Esta foi a nossa relação até ao Ensaio sobre a Cegueira, traduzido (heroicamente, sim, heroicamente, a palavra não é excessiva) quando a última escuridão já se aproximava de Giovanni Pontiero".






Para Saramago, conforme palavras escritas em Cadernos de Lanzarote II, "Esclarecendo o tradutor, o autor esclarecia-se a si mesmo no acto de reexaminar um texto que até aí lhe tinha parecido claro, mas que havia sido tornado opaco pela leitura feita de um ponto de vista, do horizonte de uma cultura diferente".






Ao escrever a Juan Sager, em referência ao trabalho, a amizade e memória de Giovanni Pontiero, o escritor português pontou que "O diálogo entre o autor e o tradutor, na relação entre o texto que é e o texto a ser, não é apenas um diálogo entre duas entidades individuais que hão-de completar-se, é sobretudo u encontro entre duas culturas colectivas que devem reconhecer-se".






domingo, 15 de dezembro de 2013

Parábolas sustentadas pela imaginação, compaixão e ironia.








Segundo a Academia Sueca, o processo de escritura de José Saramago se traduz em "parábolas sustentadas em imaginação, compaixão e ironia", o que fez com que o mesmo fosse o ganhador do Prêmio Nobel em Literatura em 1998, sendo o único até agora em matéria de Língua Portuguesa.








"Cumpriram-se hoje exactamente 50 anos sobre a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Não têm faltado comemorações à efeméride. Sabendo-se, porém, como a atenção se cansa quando as circunstâncias lhe pedem que se ocupe de assuntos sérios, não é arriscado prever que o interesse público por esta questão comece a diminuir já a partir de amanhã. Nada tenho contra esses actos comemorativos, eu próprio contribuí para eles, modestamente, com algumas palavras. E uma vez que a data o pede e a ocasião não o desaconselha, permita-se-me que diga aqui umas quantas mais.

Neste meio século não parece que os governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que moralmente estavam obrigados. As injustiças multiplicam-se, as desigualdades agravam-se, a ignorância cresce, a miséria alastra. A mesma esquizofrénica humanidade capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a composição das suas rochas, assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante.

Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, porque não sabem, porque não podem, ou porque não querem. Ou porque não lho permitem aquelas que efectivamente governam o mundo, as empresas multinacionais e pluricontinentais cujo poder, absolutamente não democrático, reduziu a quase nada o que ainda restava do ideal da democracia. Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos. Pensamos que nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem e que não é de esperar que os governos façam nos próximos 50 anos o que não fizeram nestes que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra. Com a mesma veemência com que reivindicamos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa tornar-se um pouco melhor.

Não esqueci os agradecimentos. Em Frankfurt, no dia 8 de Outubro, as primeiras palavras que pronunciei foram para agradecer à Academia Sueca a atribuição do Prémio Nobel da Literatura. Agradeci igualmente aos meus editores, aos meus tradutores e aos meus leitores. A todos torno a agradecer. E agora também aos escritores portugueses e de língua portuguesa, aos do passado e aos de hoje: é por eles que as nossas literaturas existem, eu sou apenas mais um que a eles se veio juntar. Disse naquele dia que não nasci para isto, mas isto foi-me dado. Bem hajam portanto."
 

José Saramago, 






"Apesar de seu primeiro romance Terra do Pecado ter sido publicado já em 1947, ele só começou a ter reconhecimento nacional e internacional quando tinha quase sessenta anos de idade. Sua ascensão ao ápice do establishment literário foi meteórica. De fato, durante os anos 1980 e 1990, nenhum outro escritor português obteve maior prestígio nacional e internacional. Esse dado foi consubstanciado pelos inúmeros prêmios importantes que Saramago havia recebido tanto em Portugal como no exterior, pela tradução de muitos de seus trabalhos em mais de trinta línguas diferentes e pelas várias edições de seus livros em Portugal e em países estrangeiros.

Em sua palestra durante a cerimônia de entrega do Premio Nobel de Literatura, o escritor mencionou a simples, porém significativa vida camponesa de seus avós, e reconheceu que ficava tão impressionado com seu avô analfabeto Jerónimo que ele o imaginava ser o mestre de todo o conhecimento no mundo"

José Ornelas,




Em 9 de Outubro de 1998, a Academia Sueca comunicou a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago "que, com parábolas portadoras de imaginação, compaixão e ironia torna constantemente compreensível uma realidade fugidia".



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Terra do Pecado, 1947.








Terra do Pecado, romance publicado em 1947 pela Editorial Minerva, foi o primeiro trabalho literário do escritor português José Saramago, cujo título original por parte do autor seria 'A viúva'.

"Quanto ao rejeitado título, ainda conseguiu murmurar que iria tentar arranjar outro, mas o editor (Manuel Rodrigues) adiantou-se-lhe, que já o tinha, que não pensasse mais, o romance iria chamar-se Terra do Pecado. Aturdido pela vitória de ser publicado e pela derrota de ver trocado o nome a esse outro filho, o autor baixou a cabeça e foi dali anunciar à família e aos amigos que as portas da literatura portuguesa se tinha aberto para ele. Não podia adivinhar que o livro terminaria a sua pouco lustrosa vida nas padiolas. Realmente, a julgar pela amostra, o futuro não terá muito para oferecer ao autor de A viúva."


SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote II. Editora Companhia das Letras, 1999 - p 408.







quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ao único Prêmio Nobel de Literatura em Língua Portuguesa





Este blog é dedicado a todos os amantes da literatura viva do único 
Prêmio Nobel de Literatura em Língua Portuguesa - José Saramago (1922-2010)








 “Descubro que seria perfeito poder reunir em um só lugar, sem diferença de países, de raças, de credos e de línguas, todos quanto me leem, e passar o resto dos meus dias a conversar com eles”

José Saramago


Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione como data de nascimento o dia 18. Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. A maior parte da sua vida decorreu, portanto, na capital, embora até aos primeiros anos da idade adulta fossem numerosas, e por vezes prolongadas, as suas estadas na aldeia natal.
Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance,  Terra do Pecado, em 1947, tendo estado depois largo tempo sem publicar (até 1966). Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista  Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino.
Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do jornal  Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Casou com Pilar del Río em 1988 e em Fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura.
José Saramago faleceu a 18 de Junho de 2010.
Fonte: Fundação José Saramago


Um blog do Profº. Ms. Robson Luiz Veiga
Rondon do Pará - Estado do Pará - Brasil